“Os médicos dentistas devem ser activos e participantes”
Orlando Monteiro aceitou o desafio da DentalPro e respondeu a algumas questões relacionadas com o discurso acutilante proferido na cerimónia que “cortou a fita” do XIX Congresso da Ordem dos Médicos.
DentalPro: A cerimónia de abertura contou com uma presença de peso por parte de representantes do poder central. Significa uma imposição da importância da Medicina Dentária na saúde da população em geral?
Orlando Monteiro da Silva: Sim, sem dúvida. Não é aliás novidade. Como realcei no meu discurso, “A Ordem é hoje em dia a grande referência em tudo o que diz respeito à saúde oral. Soubemos conquistar e, sobretudo, manter essa liderança, essa credibilidade. Para o efeito, no nosso dia-a-dia, seguimos uma cartilha de independência, de coerência e de realismo. Estes pressupostos estão na base da nossa reputação.”
DP: As duras críticas proferidas à administração central provocaram desconforto nos respectivos representantes, mas por outro lado, uma ovação da classe que representa. Foi um apelo ao corporativismo e um aviso ao governo?
OMS: Julgo que o termo correcto, em vez de corporativismo, é a consciência do Ser. De ser médico dentista, parte activa de uma Ordem de vanguarda, plenamente ciente que a sociedade de hoje, não é compatível com uma visão paternalista, assistencialista, messiânica, sebastianista, que alguns saudosistas de uma forma irresponsável perfilham ou alguns populistas proclamam. Não foi “aviso” ao Governo. Quer o Senhor Secretário de Estado quer o Senhor Presidente da Entidade Reguladora da Saúde conheciam já as ideias que defendo. O meu discurso serviu apenas para as sistematizar formalmente perante estes dois representantes do Estado e uma assembleia de médicos dentistas interessados no progresso da sua profissão. Penso que, no momento que o nosso País atravessa, as reflexões devem ser mais orientadas para o chamado bem-comum. E os médicos dentistas devem ser activos e participantes, liderados pela sua Ordem.
Texto integral na DentalPro Especial XIX Congresso OMD, nº32
13 Dezembro, 2010
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