“Quis ser médico dentista para tratar pessoas”
DentalPro: A medicina dentária em geral e, mais especificamente, a investigação sempre foram áreas que o atraíram?
António Mata: Sim, sempre me atraíram. É um processo natural, começamos por fazer coisas mais simples e depois apaixonamo-nos por coisas mais complexas. Para mim sempre foi importante fazer clínica. Sempre gostei de investigação, mas quis ser médico dentista para tratar pessoas. Divido o meu tempo entre a docência, a investigação, o centro, a clínica e a família. Não é fácil, é uma vida muito preenchida, mas gosto de tudo com a mesma paixão. Se tivesse que optar não sei o que conseguiria responder, porque o meu coração fica muito dividido.
DP: É especializado na área da reabilitação oral. Como se deu esta escolha?
AM: Não sou especializado em reabilitação oral até porque a especialização não existe. No entanto, a área da reabilitação oral é apaixonante, pois devolvemos às pessoas a sua funcionalidade e o seu sorriso. Conseguimos completar o que o paciente procura em nós. Felizmente, em Portugal, a reabilitação oral tem uma qualidade excepcional. E, nesse sentido, foi um processo natural de amadurecimento, fui passando por várias áreas e acabei por me centrar mais nesta.
DP: Em 2006 criou um processo de branqueamento inovador. Que técnica revolucionária é esta?
AM: Foi um trabalho colectivo.Dirijo uma equipa de investigação onde desenvolvemos uma técnica diferente, que não chamaria de inovadora, mas distinta. Esta técnica gerou uma patente europeia conjuntamente com uma empresa de material dentário, a Vivadente. Esta , já tinha o produto, que tinha sido criado para usar em casa para branqueamento e que não tinha um efeito tão célere quanto os concorrentes. Mas tinha uma característica importante, que era a rápida libertação do princípio activo. O que fizemos foi redimensionar a aplicação, no sentido de passar a ser utilizada em consultório. Antes era uma técnica caseira e redimensionámos a utilização para ser aplicada em consultório, aproveitando a rápida libertação do princípio activo. Desta forma, com aplicações sequenciais em consultório durante uma hora, conseguimos o mesmo efeito que um produto caseiro mais prolongado.
Entrevista integral na DentalPro 39
3 Junho, 2011
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