Saúde oral “risonha” em Portugal
No Dia Mundial da Saúde Oral, que decorreu a 20 de março, a Direção-Geral de Saúde (DGS) apresentou, em parceria com a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), o “III Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 6, 12 e 18 anos”.
O uso dos cheques-dentista incrementou 74 por cento, sendo a maioria aplicados em procedimentos preventivos. Entre 2000 e 2013, o número de cáries dentárias diminuiu 21 por cento nas crianças com seis anos. Ainda, em 2000 apenas 33 por cento das crianças desta faixa etária estavam livres de cáries, ao passo que em 2013 este número subiu para 54 por cento, semelhante às crianças de 12 anos, que abrangem os 53 por cento.
O cenário não é tão favorável para o segmento dos 18 anos, que está representado com 32 por cento. Os números são igualmente positivos relativamente ao número de dentes cariados, que é menor, e à quantidade de dentes tratados, que tem vindo a aumentar. Para além das cáries, a generalidade dos tratamentos orais tem vindo a ser cada vez mais positiva, tendo em conta que há cada vez mais dentes tratados e menos dentes perdidos, um cenário transversal a todo o território nacional.
Paulo Melo, secretário geral da OMD e um dos autores do estudo, considerou que “os ganhos são assinaláveis e justificam-se pela implementação do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral, conhecido por cheque-dentista, que permite às crianças, mesmo as mais carenciadas, aceder a consultas de medicina dentária. Esta evolução justifica plenamente a manutenção do programa e até do seu alargamento”.
Existe uma maior consciência relativamente aos cuidados da higiene oral, como as escovagens diárias. Aos seis anos, 79 por cento das crianças disse escovar os dentes todos os dias, aos 12 anos a percentagem sobe para 90 por cento e aos 18 anos 96 por cento. “Seguramente que não vamos ter daqui a 30 ou 40 anos um número de idosos desdentados tão elevado como temos agora. Menos doenças orais também significa mais saúde, porque a saúde oral não pode ser dissociada da saúde em geral”, considerou o secretário geral.
23 Março, 2015
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