“É como se já houvesse um SNS oral aberrante e paralelo”

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Carlos Silva, médico dentista, teceu-nos em entrevista a sua opinião sobre a possível integração de profissionais de saúde oral no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

DentalPro: O que acha desta medida do Governo, de incluir médicos dentistas no Serviço Nacional de Saúde?

Carlos Silva: Quando estive como secretário-geral da Ordem, entre 1995 e 2001, com o colega Fontes de Carvalho como presidente, fizemos incontáveis diligências junto do Ministério da Saúde, junto dos partidos na Assembleia da República e fora dela, mesmo junto da Presidência da República, para que os médicos dentistas fossem integrados no SNS, centros de saúde e hospitais e pela abertura de carreiras para os médicos dentistas na função pública. Tanto mais que era conhecido, na altura, que havia um número significativo de centros de saúde que já estavam equipados há anos com gabinetes de medicina dentária, com o material a degradar-se por falta de uso. Todos achavam a medida como razoável e justa… até à altura de fazer contas!… Não seria tanto pelos hipotéticos vencimentos dos médicos dentistas que viessem a ser integrados (mesmo como meros técnicos superiores de saúde, como tem acontecido nos poucos casos até à data), mas porque, de facto, a consulta normal dum médico dentista, não se limita à anamnese e exame clínico do paciente, seguida de prescrição. Não basta uma secretária e um bloco de receitas. É preciso toda uma logística própria, instrumental adequado, incorporação de material, etc.. E aqui é que a coisa se complicava!… E não vivíamos os dias de aperto económico que se vivem atualmente!… Imagine-se agora!… Portanto, a minha primeira reação, ainda que concedendo o benefício da dúvida, é que esta recente predisposição do Governo à integração dos médicos dentistas nos centros de saúde, e porque não acredito que não saibam fazer contas e avaliar o impacto orçamental da medida, é que isto vai esbarrar mais à frente com um qualquer: “queremos, lamentamos muito, mas afinal não podemos”, invocando uma série de limitações económicas que todos já sabemos existirem e que não vamos senão ter que compreender em nome do “aperto económico”. Entretanto, ficou expressa a vontade política do Governo fazer, colheu-se a empatia e, desejavelmente, alguns votos para as futuras eleições…

Veja esta e outras opiniões na próxima edição da DentalPro!

14 Março, 2016
Entrevistas

 
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