“Esta medida afetará todas as clínicas privadas em geral, mas não todas da mesma forma”
Dárcio Fonseca, médico dentista, confidenciou-nos a sua opinião sobre a possível integração de profissionais de saúde oral no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Concordo com esta medida e espero que beneficie a população em geral, principalmente as pessoas que não conseguem ter acesso aos cuidados básicos de saúde oral no setor privado. Tenho um número na minha cabeça, que pode estar errado atualmente, de que só 40% da população frequenta as clínicas dentárias.Tenho algum receio que a implementação destas medidas não passe de um projeto no papel, pois o investimento para as pôr em prática será muito elevado… em equipamentos, materiais de consumo e logística. Além disso, com esta medida, haverá lugar para muitos médicos dentistas que estão desempregados ou com horários de ocupação reduzidos, e será uma excelente oportunidade para os jovens médicos dentistas, podendo evitar o êxodo para outros países como Inglaterra, onde a sua colocação prioritária é o NHS (sistema nacional de saúde inglês). Se existirem mais alternativas em Portugal, haverá muito menos emigrantes, as pessoas preferem ficar por cá do que ir para fora. Claro que esta medida afetará todas as clínicas privadas em geral, mas não todas na mesma medida. Principalmente, serão as mais indiferenciadas, as clínicas low-cost e os grupos que operam nesta área. As clínicas indiferenciadas, por não terem em termos competitivos nada que as destaque. As clínicas low-cost, porque a sua arma competitiva é o preço, e o do SNS com certeza será equivalente ou mais baixo. Os grupos económicos que operam no setor, pois a venda em financiamento de planos de tratamento integrais deixará de ser uma opção para a população mais carenciada que necessita de tratar os dentes”.
Entrevista na íntegra na DentalPro 99.
19 Maio, 2016
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