OMD considera número de médicos dentistas “insustentável”
A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) pediu recentemente em comunicado que haja uma redução de vagas nas faculdades de medicina dentária e contratação de médicos pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Em causa está a insustentabilidade do “aumento do número de profissionais que todos os anos saem das sete faculdades que lecionam o mestrado integrado de medicina dentária”. Segundo o documento “Números da Ordem 2016“, em 2015 ocorreu um aumento de 4,6 por cento no número de associados inscritos na OMD, para um total de 8933 profissionais.
“A OMD considera que este aumento de médicos dentistas está muito acima das necessidades do país e da renovação de gerações de profissionais”.
O bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, avisa que “o número de profissionais de medicina dentária é excessivo face às necessidades da população portuguesa. Já estamos muito acima da recomendação da Organização Mundial de Saúde de um médico dentista por cada 2 mil habitantes. Aliás, pelas estimativas da OMD daqui a dois anos teremos um médico dentista por mil habitantes, o dobro dos médicos dentistas que o país precisa. O subemprego nesta área é absolutamente dramático para os mais jovens que se desdobram a trabalhar em 4 ou 5 locais em simultâneo, com situações muito precárias e ordenados baixíssimos”.
Continua a considerar que “é urgente tomar medidas e as faculdades de medicina dentária têm de se entender e reduzir drasticamente o número de vagas para mestrados integrados. Na abertura do próximo ano letivo, já em outubro, é imperativo que haja menos alunos no primeiro ano. A medicina dentária é uma profissão que exige uma atualização constante, pelo que as faculdades podem e devem apostar no ensino pós-graduado, quer para médicos dentistas portugueses quer para profissionais estrangeiros. O nosso ensino é reconhecido mundialmente e temos todas as condições para receber médicos dentistas de outras nacionalidades que necessitem de atualizar a sua formação.”
A par da sobrelotação de profissionais, ocorre a emigração crescente – aumento de 1,5 para 10,9 comparativamente ao ano passado – dos membros inativos, cuja maioria tem entre 26 a 40 anos.
11 Julho, 2016
Atualidade