“Diagnóstico Profissionais de Medicina Dentária” traça radiografia da profissão
O estudo da consultora independente QSP, encomendado pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), teve por objetivo conhecer a realidade dos médicos dentistas no seu trabalho diário. As conclusões permitem traçar o quadro das condições de trabalho dos médicos dentistas, nomeadamente as motivações profissionais, as horas de trabalho, o número de clínicas e consultórios onde trabalham e outros aspetos como, por exemplo, as comodidades oferecidas aos utentes.
Com perto de dois mil participantes, num universo de 10 mil médicos dentistas, o estudo “Diagnóstico Profissionais de Medicina Dentária” tem validade estatística. As conclusões mostram que os primeiros efeitos da ligeira retoma da economia portuguesa começam a ter impacto nos consultórios e clínicas de medicina dentária.
No relato de 39,2% dos inquiridos, o número de consultas manteve-se estável no último ano, tendo 14,1% relatado uma diminuição de doentes. Ainda assim, há 46% de médicos dentistas que afirmam ter registado um aumento de doentes nos consultórios, sendo que em 75% destes casos houve um aumento superior a 11%. Entre os médicos dentistas que mencionam uma quebra de consultas, 93% considera que o contexto socioeconómico do país dos últimos anos influenciou esta descida. Mais de 77% dos profissionais tomou medidas para reverter a situação, entre as quais a implementação de facilidades de pagamento (35,9%) e o ajustamento dos horários de atendimento (30,4%).
O bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, explica que “esta subida de doentes tem de ser vista num contexto específico. A crise económica que o país enfrentou afetou profundamente a medicina dentária, que caiu para patamares de procura muito baixos. O crescimento que alguns médicos dentistas dizem sentir ocorreu no último ano. Partiu por isso de um nível muito baixo e, ainda assim, quase 53% dos consultórios e clínicas não registaram aumentos de procura. A recuperação faz-se lentamente e ainda vai demorar tempo até atingirmos os níveis de procura pré-crise”.
22 Dezembro, 2016
Atualidade