Fazer Dentária a “dar cartas”
A plataforma surgiu apenas há uma semana e já conta com quase 2.500 seguidores.
Seis médicos dentistas, com necessidade de alterar o rumo da medicina dentária em Portugal – João Pimenta, António de Sousa, João Braga, Ricardo Rainha, Nuno Ventura e Rui Paiva -, reuniram-se em Coimbra há oito dias para debaterem assuntos relacionados com a área. Deste encontro nasceu a plataforma online Fazer Dentária que, em cinco dias, tinha mais de 2000 médicos dentistas aderentes. Em comunicado enviado à nossa redação, afirmam que são “médicos preocupados e até indignados porque não são ‘tidos nem achados’ em assuntos da máxima importância como o da suposta integração no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Neste grupo ‘embrionário’ tudo é límpido e claro, não conspiramos na ‘escuridão’ dos medíocres. O que temos a dizer está ao alcance de todos e, se nos chamam de populistas, incapazes e mal informados responderemos com a liberdade de quem nada deve e de quem tem uma vida exemplar a todos os níveis. A nós só nos interessa a dignidade e a defesa dos altos valores éticos e profissionais. Não temos interesses políticos, académicos ou pessoais. Somos o FAZER DENTÁRIA… e este grupo somos todos os que querem mudar… e fazer a mudança”.
Segundo Nuno Ventura, em declarações ao jornal Expresso, “a classe, na sua generalidade, atingiu o limite da paciência por anos de ‘autismo’ da direção da Ordem dos Médicos Dentistas. Este processo de pseudointegração no SNS foi a gota de água que fez o copo transbordar”. Além da “não-criação da carreira de médico dentista”, alega Nuno Ventura, o concurso público lançado no final de março “assenta na precariedade de um contrato [de 40 horas semanais] com a validade de dois anos, sem direito a férias, ao fim dos quais o médico dentista fica sem qualquer vínculo ao SNS e regressa ao desemprego”. António de Sousa ilustra, por outro lado, que “tentaram contratar serviços dentários como se compram compressas; a plataforma é a mesma”. Com o fim de satisfazer as dúvidas de muitos dentistas — como a forma de distribuição dos profissionais pelos centros de saúde, o direito a férias, a remuneração definida ou os equipamentos de saúde a serem utilizados —, a OMD organizou duas sessões de esclarecimento no final de março, conduzidas pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (responsável pelo processo de contratação), mas “não houve respostas conclusivas”, referem Nuno Ventura e António de Sousa.
Artigo em desenvolvimento.
18 Abril, 2017
AtualidadeMedicina dentária