“Vagas nas faculdades deviam envolver as ordens”

A proposta foi apresentada durante a reunião do Conselho Consultivo da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES). Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), sugeriu que a Agência recomende ao Governo a audição das ordens pelas faculdades, no âmbito da atribuição do número de vagas.
Segundo informação do site da OMD, Orlando Monteiro da Silva citou os Números da Ordem para alertar para o aumento anual do número de médicos dentistas, uma evolução que não acompanha as necessidades do país. Por isso, considerou que é fundamental adequar a formação em medicina dentária e pediu à A3ES que recomendasse ao Governo para que inclua a audição das ordens profissionais no processo de definição do número de vagas nas faculdades. “Com a contribuição dos ministérios da Educação e da Saúde, e em articulação com as faculdades, poderia ser evitada a formação de profissionais sem ter em conta o grau de empregabilidade que Portugal oferece”, sustentou.
As restantes ordens profissionais, presentes na reunião que decorreu a 21 de junho, na sede do A3ES, em Lisboa, concordaram com a posição do bastonário da OMD, nomeadamente a Ordem dos Médicos. O seu representante lembrou que também os médicos sem vaga para especialidade têm aumentado. Para 2018, 2466 jovens profissionais candidataram-se a um número provisório de 1719 vagas, o que significa uma diferença superior a 700. Na reunião, vários representantes das diversas associações públicas profissionais referiram a emigração e a mobilidade profissional qualificada como sendo um problema transversal, que afeta quase todos os setores.
O presidente do Conselho de Administração da Agência, Alberto Amaral, esteve presente no encontro e explicou que deverá existir um diálogo entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e o Ministério da Saúde, no sentido de articularem a adequação do número de vagas em medicina dentária, medicina, psicologia e outras áreas da saúde às necessidades do país. O responsável esclareceu ainda que a A3ES não tem competência nesta matéria, que é da responsabilidade do Governo e das respetivas instituições de ensino superior.
10 Julho, 2017
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