Luís Pinheiro: Covid-19 e o impacto na medicina dentária

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O médico dentista Luís Pinheiro revela à DentalPro que os impactos da pandemia Covid-19 no ramo da medicina dentária estão divididos em três grandes grupos.

Começa por falar dos impactos na saúde pública. “Como temos conseguido observar ao longo das últimas e longas semanas de confinamento, pela informação que nos chega às mãos, quer por colegas de outras especialidades, quer pelos noticiários, quer pela net e suas redes sociais, além do impacto que é evidente e óbvio que a Covid-19 teve na nossa população, quer pelo número de infetados, quer pelo número de mortos, vamos ter daqui para a frente a noção do impacto que esta pandemia provocou nos outros doentes. Convém lembrar que as outras doenças não desapareceram, não ficaram de férias, nem fizeram uma pausa e a forma como o processo foi conduzido, levou a que muitos doentes tivessem medo de ir às urgências, hospitalares e de centro de saúde”.

Em segundo lugar, surgem os impactos político-económicos. “Em tempos de crise, existem sempre uns negócios que se alavacam e prosperam, é a velha máxima: ‘enquanto uns choram, outros vendem lenços de papel’. Aconteceu assim noutras pandemias, noutras catástrofes e em tempos de guerra. A forma como as decisões são tomadas no momento, quer na vida, quer na política, trazem retorno e consequências a curto, médio e longo prazo. Maior parte das empresas e negócios estão a ser muito afetados, de forma muito negativa, e nós, clínicas de medicina dentária, fomos impedidos de trabalhar logo desde cedo, e mesmo após o regresso, irão passar muitos meses até se voltar ao estado normal do mercado. Mas estamos como sempre estivemos até aqui, como profissão, prontos para as dificuldades porque os nossos pacientes precisam de nós”.

E, por fim, aborda os impactos sócio-culturais. “Hoje temos um comportamento social de desconfiança generalizada, onde olhamos uns para os outros como possíveis veículos infeciosos e, como povo latino que somos, vai ser muito difícil, e até mesmo triste, chegarmos a um grupo de amigos ou colegas, mesmo familiares, e começamos a fazer vénias e acenos com a cabeça em vez de um caloroso cumprimento como até aqui. Em termos culturais, existe o perigo de o individualismo ainda se exacerbar mais, devido ao isolamento a que se assistiu e assiste. E uma sociedade que deixa de ser humanista e fraterna, não tende para a melhoria de condições de vida dos seus cidadãos”.

Não perca esta e outras opiniões na próxima edição da DentalPro.

12 Maio, 2020
Opinião

 
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