SMD leva ao MCTES preocupações dos médicos dentistas

O encontro “profícuo” entre o Sindicato dos Médicos Dentistas (SMD), Elvira Fortunato, Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) e Pedro Nuno Teixeira, Secretário de Estado, serviu para a discussão de temas como, o incumprimento do Numerus Clausus de algumas faculdades e da possibilidade da criação de mais um curso de Medicina Dentária em Portugal.
O SMD entende que o “incompreensível Numerus Clausus da Faculdades” são uma das causas que levaram a esta desvalorização do Médico Dentista, uma realidade que a tutela “desconhecia sobre o atual número de Médicos Dentistas com inscrição ativa na OMD que, ultrapassa o recomendado pela OMS”, considera o sindicato.
Para o SMD, “é inadmissível” que tenha ocorrido um aumento do Numerus Clausus em Faculdades Públicas no corrente ano letivo 2023/24. “Ficou plasmado que durante os sucessivos governos nunca houve regulação, o que permitiu duplicar na última década o número de Médicos Dentistas em Portugal. É o nosso país no seu melhor…é fácil abrir mais um curso e depois disso, será impossível reduzir ou anular, desde cumpram os requisitos”, vinca João Neto.
Para o presidente do SMD, tanto o MCTES, como a A3ES “afirmaram e demonstraram que não têm ferramentas para essa redução. Certamente, que em 2028 ultrapassaremos o número de 20.000 Médicos Dentistas em Portugal, visto que, existem mais de 4000 estudantes inscritos nas sete instituições que ministram o curso de Medicina Dentária”, argumenta o sindicato.
Outro dos pontos-chave desta reunião, foi a preocupação apresentada pelo sindicato sobre a “ausência de autonomia clínica dos colegas recém-licenciados e do desinvestimento nas disciplinas básicas dos cursos”, algo que “posteriormente leva a gastos de milhares de euros em cursos de pós-graduação para os capacitar a fazerem atos clínicos básicos”, assume João Neto.
No entender do líder do sindicato, o processo pós-Bolonha, com a redução dos 6 para 5 anos, “veio agravar esta situação”. No entendimento do SMD, esta redução foi “prejudicial em todos os aspetos, permitindo que outras classes nos “colem” a somente técnicos (dentistas) e nos distanciem de Médicos”.
12 Fevereiro, 2024
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