SMD reúne com a DGES

No passado dia 11 de outubro decorreu uma reunião institucional do Sindicato dos Médicos Dentistas (SMD) na Direção Geral do Ensino Superior (DGES) que esteve representada pelo seu diretor geral, Joaquim Mourato e pela sub-diretora geral. A reunião ocorreu na sequência de um ciclo de encontros com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, com a A3ES e com várias entidades governamentais.
O encontro revelou-se “valioso para abordar de maneira abrangente a situação da classe”, nomeadamente sobre a desvalorização do nédico dentista em Portugal e o excessivo numerus clausus das faculdades, esclarece o Sindicato.
“Ficámos de facto surpresos quando nos foi comunicado pelo Exmo. diretor geral do Ensino Superior que as Faculdades têm autonomia para regressar aos seis anos de curso, contudo ao longo de quase 20 anos de implementação do modelo pós-Bolonha, nenhuma faculdade expressou desagrado pela redução. Isso levanta questões sobre a representação e a voz dos profissionais da área. A falta de crítica pode indicar uma aceitação complacente do sistema, mas também pode refletir uma falta de coragem para desafiar o status quo. Muitos dentistas e estudantes sentem que essa diminuição temporal prejudica a formação adequada e a autonomia clínica. Seria interessante saber se há iniciativas em curso e naturalmente promover um diálogo mais construtivo sobre a necessidade de revisão do modelo. A DGES revelou-se completamente desconhecedora de todos estes problemas uma vez que até agora nenhuma instituição lhe tinha revelado tal panorama, chegando mesmo o diretor geral a afirmar que achava que a profissão de médico dentista era das que tinha mais sucesso e saídas profissionais”, escreve o SMD em comunicado.
E acrescentam: “A realidade é a de que a colocação no mercado de trabalho em Portugal é muito precária, proliferam situações de subemprego, muitas vezes com demasiadas deslocações, com baixos números de pacientes, baixas remunerações, cartelização, franchising, gratuidade de tratamentos suportados pelos próprios etc… Efetivamente estas situações que deterioram as condições de empregabilidade não são tidas em consideração pelas entidades responsáveis nos seus relatórios. O indicador de empregabilidade que, grosso modo traduz os números de inscritos no desemprego é o único utilizado e leva a um resultado faccioso e falseador da realidade”
No final da reunião, referiu o Sindicato que se conseguiu ter “a garantia que mediante a apresentação de documentos consubstanciadores dos factos a DGES poderia propor ao Ministério da Educação a definição de uma diminuição das vagas para o mestrado de medicina dentária”.
21 Outubro, 2024
Atualidade