OMD lança desafio: “saúde oral como prioridade nas eleições”

Neste Dia Mundial da Saúde Oral, a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) lança o desafio a todos os candidatos às eleições legislativas, de 18 de maio, e às autárquicas de 2025 para que assumam um compromisso com a saúde oral dos portugueses. Numa nota no seu site, a Ordem refere que “é chegado o momento de, uma vez por todas, a saúde oral ser integrada nas políticas públicas de saúde, educação e ação social, com medidas concretas”.
A OMD realça que a Organização Mundial da Saúde estabeleceu metas globais para 2030, incluindo garantir que 80% da população tenha acesso a serviços essenciais de saúde oral e reduzir a prevalência das principais doenças orais em 10%.
“Investir na saúde oral é investir no bem-estar, na economia e na coesão social. A saúde oral não pode continuar a ser um tema secundário nas políticas públicas. Quem pretende liderar o País e as autarquias tem de assumir um compromisso e assumir as responsabilidades pelo falhanço das atuais políticas”, afirma Miguel Pavão, bastonário da OMD.
Miguel Pavão refere que Portugal não tem, efetivamente, razões para festejar o Dia Mundial da Saúde Oral, já que, de acordo com a OCDE, somos o terceiro país da União Europeia com mais necessidades dentárias não satisfeitas. “Há mais de 6 milhões de portugueses sem, pelo menos, um dente. Um milhão de pessoas nunca vai (ou vai menos de uma vez por ano) ao médico dentista; 300 mil pessoas não vão a consultas por falta de dinheiro; 28% da população tem a falta de 6 ou mais dentes. O investimento público que é necessário para que esta situação se altere é apenas uma gota no oceano em termos de Orçamento global, mas nem por isso tem sido feito”.
A OMD lança assim o repto, aos futuros deputados e governantes para que “não desperdicem o conhecimento e o trabalho já desenvolvidos para a concretização de um plano nacional robusto que integre a medicina dentária nos cuidados primários do Serviço Nacional de Saúde, que crie incentivos à fixação de médicos dentistas no País e que aproveite a capacidade instalada em todo o território nacional em parceria com uma rede única de consultórios”.
Já no plano local, a Ordem desafia as autarquias “a incluir nas respetivas estratégias municipais de saúde medidas concretas para a saúde oral, assim como reforçar a prevenção e a literacia, através da reintrodução da escovagem dentária nas escolas, realização de rastreios e apoio a grupos vulneráveis. A Ordem sublinha a importância de um compromisso concreto nos programas eleitorais, tanto legislativos quanto autárquicos, para assegurar que a Saúde Oral deixa de ser um privilégio e passe a ser um direito efetivo para todos os portugueses”, dizem, apontando um “retrato que envergonha os decisores políticos, quando existem mais de 300 mil pessoas a dizer que não têm dinheiro para realizar pelo menos uma consulta de medicina dentária”.
Imagem: Diana Polekhina na Unsplash
20 Março, 2025
Atualidade