Dentistas juntos para exigir mais medicina dentária nos hospitais
Três dias, um largo conjunto de especialidades médicas, oradores das faculdades mais prestigiadas e cerca de 500 congressistas.
O presidente da Associação Portuguesa de Medicina Dentária Hospitalar (APMDH), João Leite-Moreira, evoca a amplitude do evento para traçar um balanço “francamente positivo”.A reacção entusiasta encontra-se patente nos comentários e mensagens difundidos na ‘web’ e nas redes sociais.
Os médicos dentistas Marta Almeida e Abílio Pinha de Almeida com Paulo Melo (secretário-geral da OMD) e João Leite-Moreira
Em cima da mesa esteve a importância da formação médica na medicina dentária, a necessidade de instituir uma carreira hospitalar própria, assim como uma componente científica que motivou o interesse de todos, onde se abordaram temas fulcrais na prática clínica diária.
Carreira hospitalar precisa-se!
João Leite-Moreira recorda a segunda edição do congresso da APMDH começando pelo fim. A mesa redonda que decorreu na parte da manhã do dia 22 de Maio constituiu, na opinião do dirigente, o ponto alto do certame. “Nunca se discutiu desta forma a temática da medicina dentária hospitalar, juntando médicos dentistas e estomatologistas e figuras de peso da área”, constata.
João Leite-Moreira acompanhado por Sílvio Boraks e pelo médico estomatologista Jorge Marinho
A questão da carreira dos médicos dentistas no seio das unidades de saúde esteve em destaque, já que todos os presentes foram unânimes ao assumir que a actual situação, que cataloga os médicos dentistas como técnicos superiores de saúde, não se adequa às reais funções destes clínicos. “A medicina dentária hospitalar é uma prioridade e a actuação do médico dentista assume-se como uma mais-valia no contexto das equipas multidisciplinares. E para exercer medicina dentária exige-se carreira médica própria, porque a medicina dentária é uma profissão autónoma e que não funciona tutelada”, observa o presidente da APMDH.
Contudo, João Leite-Moreira não deixa de salientar que as questões de carreira só são importantes na medida em que disso depende também o bom atendimento prestado aos pacientes. “A nossa preocupação central reside nos pacientes, isso foi um ponto de honra essencial em toda a discussão gerada na mesa redonda”, conclui.
Já no seu discurso de abertura, João Leite-Moreira não hesitou em evocar Martin Luther King para afirmar que também ele tem um sonho. “Que, um dia, médicos dentistas e estomatologistas se sentem à mesa da fraternidade”. “E continuo a perseguir esse sonho, porque não é uma utopia”, remata.
7 Julho, 2010
Atualidade