“A ortodontia está viva”
DentalPro: A celebrar agora 25 anos, a Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial (SPODF) surgiu também com o propósito de fomentar o progresso da ortodontia. O objectivo tem sido cumprido?
Américo Ferraz: Em pleno. A SPODF permitiu que, em apenas 25 anos, a ortodontia nacional atingisse o nível actual. Para chegar a este ponto, foram necessárias diversas horas de formação e muito trabalho voluntário, principalmente dos primeiros sócios. Foi também no seio da sociedade que surgiu o primeiro curso de pós-graduação de nível universitário, com três anos em tempo completo, em 1990, e que mais tarde culminou com o nascimento da especialidade, em 1998. Em resumo, num quarto de século, a SPODF colocou ªPortugal ao nível dos países mais desenvolvidos nesta especialidade e este importante papel foi reconhecido recentemente pelo poder político, ao considerar a SPODF uma instituição de utilidade pública.
DP: Está à frente dos destinos da SPODF há três anos. Que acções se efectuaram desde então?
AF: A minha presidência representou alguma mudança na sociedade. Até aqui, os destinos da SPODF estavam ligados aos sócios-fundadores e eu insiro-me numa nova geração. Com esta modificação de atitude, propusemo-nos realizar a execução de um novo ‘site’, mais virado para a divulgação da ortodontia junto da população. Continuamos a apostar na formação que já vinha de direcções anteriores, nomeadamente através dos cursos e das reuniões científicas anuais. Do ponto de vista interno, fizemos uma reorganização administrativa a nível informático e bibliotecário, e a actualização e a regularização dos estatutos. Conseguimos ainda a publicação regular da revista “Ortodontia”, órgão oficial da SPODF, numa versão completamente renovada.
DP: Como antevê o futuro da ortodontia e, em particular, da SPODF?
AF: A ortodontia está viva e, em Portugal, ainda há muito por fazer neste campo. Em termos de especialistas, ainda somos poucos e seria proveitoso que o número aumentasse. Acredito que a situação se vai equilibrar no futuro, graças aos cursos de pós-graduação já existentes, reconhecidos pela Ordem dos Médicos Dentistas e pelo Colégio da especialidade. A ortodontia possui muitas potencialidades e a SPODF, como sempre fez, terá que acompanhar a evolução da especialidade. Neste sentido, torna-se muito importante debater com os colegas os caminhos que a sociedade terá que seguir daqui para a frente. É fundamental que a SPODF tenha um papel activo e chame a atenção dos mais jovens. Os sócios têm de sentir que a sociedade lhes é útil.
Leia a versão integral na edição 36 da DentalPro
16 Março, 2011
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