Prevalência e necessidades de tratamento da cárie nos portugueses
Comentário ao artigo “Caries prevalence and treatment needs in the young people in Portugal: the third national study” (Community Dental Health 2017;34:107-11 de R. Calado, C.S. Ferreira, P. Nogueira and P. Melo), por César Mexia de Almeida (Professor Catedrático de Medicina Dentária Preventiva e Comunitária da FMDUL, aposentado, “Chief Dental Officer” 2004-6).
“Os Autores (AA) daquele artigo consideram que apresentam o terceiro estudo nacional de prevalência e necessidades de tratamento da cárie em jovens portugueses. Não fazem qualquer referência a estudos anteriores, nomeadamente aos 3 Inquéritos Nacionais Exploradores (INEs) iniciados no âmbito da então Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa sob a orientação do Prof. Manuel Clarimundo Emílio e concretizados em 1983-84, 1989-90 e 1998- 1991, e assim designados por ter sido essa a tradução adoptada para o termo da OMS, “pathfinder survey”.
Os INEs foram propostos à Direcção Geral da Saúde (DGS) por Ingolf Möller, Secretário Regional Europeu para a Saúde Oral da Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo o primeiro comentário aos resultados do 1º INE do próprio Ingolf Möller e de Thomas Marthaler (consultor da OMS e catedrático de medicina dentária preventiva da universidade de Zurique) numa publicação interna da OMS6, mas ambos são co-autores na publicação dos resultados do 1º INE. Deve também ser referido que o 2º INE mereceu o Prémio Ricardo Jorge de Saúde Pública 1997 e por esse motivo está publicado nos Arquivos do Instituto Nacional de Saúde.
Outra figura de grande relevo, aliás figura central no sector da saúde oral da OMS, Poul Erik Petersen, é co-autor da publicação do III INE5. Mas, deve ser sobretudo assinalado que também executa a análise multivariada de regressão dos dados do 3º INE que está incluída noutra publicação, de que é igualmente co-autor, sobre as tendências evolutivas observadas nos dados dos 3 inquéritos esquecidos, repito, nos 3 inquéritos esquecidos por aqueles AA, portanto desde 83-84 até 98-99, e aliás, também publicado na Community Dental Health em 2003.
São estes dados colhidos pelos autores nacionais, orientados na amostragem inicial pelo responsável europeu da OMS para a saúde oral, e analisados em conjunto com reputados especialistas internacionais, que foram estranhamente ignorados”.
Saiba mais na próxima edição da DentalPro, brevemente disponível.
4 Janeiro, 2018
Atualidade