A fama
Crónica da médica dentista Cátia íris Gonçalves publicada na DentalPro 141.
Não há famas literais, estanques, puras ou incorruptíveis – há a ausência de fama, que é tão ou mais perigosa do que as primeiras; porque pior do que uma má opinião é nenhuma.
A boa fama constrói-se à custa de muito altruísmo, correcção, ética, bons princípios, trabalho árduo e muitos mais predicados que não caberiam numa página. No entanto, por mais critérios que consigamos satisfazer, tudo será em vão se estiverem ausentes duas importantes condições: o darmo-nos a conhecer, através da nossa conduta, aos outros e a forma como os outros nos catalogam, que já é alheia ao nosso controlo.
E isso exige um outro tanto – outra página ou páginas cheias de predicados. Quem vive ensimesmado, hermético sob o seu juízo e avaliação não poderá nunca ser digno de uma qualquer fama congruente. E, nos tempos que correm, em que o imprevisto comanda as nossas vidas, esse é um risco que não nos podemos dar ao luxo de correr: o de vivermos isolados. Os indivíduos sem fama ficam automaticamente excluídos do circuito, seja lá ele qual for, em detrimento de outro indivíduo qualquer que se dê a conhecer, ainda que a fama deste último não seja imaculada.
Ter uma fama é o equivalente a ter umas lupas: quem não as tem não conta. Perguntam vocês – mas as lupas são essenciais? Não: só para quem quer ser realmente bem-sucedido. E as regras do jogo são o que são.
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7 Novembro, 2019
Atualidade