“Cerca de 41% dos portugueses não visitaram o médico dentista em 2021”

Em entrevista ao Jornal de Notícias, Miguel Pavão evidencia algumas reformas necessárias no que diz respeito à sáude oral em portugal.
Para o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, a não integração no SNS é “um erro à nascença que dificilmente se corrigiu e inverteu”, apesar do passo dado em 2008 com o cheque-dentista. Desde a sua criação em 2008, cerca de 2,4 milhões de cheques-dentista foram desperdiçados, com Miguel Pavão a referir que “depois da introdução da troika, houve uma redução do valor, que nunca mais foi atualizado. Os cheques-dentista têm perdido em toda a linha. Não tem havido auditorias, não tem havido ambição no projeto”.
A redução de vagas nas universidades é outro tema que Miguel Pavão considera ser necessário rever, já que “não é por estarmos a aumentar o número de médicos dentistas que a população está a ter mais acesso a cuidados de saúde oral”. Para o representante dos médicos dentistas “faltam políticas verdadeiramente programadas para conseguir dar equidade no acesso aos cuidados médico-dentários”, considerando ser necessária a redução do “número de vagas de médicos dentistas nas escolas médicas e médico-dentárias”, assim como, “dar preparação, para que exista formação e capacitação de outras vertentes, como é o caso de intervenção mais comunitária e preventiva”.
De forma a assinalar o Dia Mundial da Sáude Oral, a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), juntamente com a Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, realizou hoje, 21, uma conferência sob o tema: “Definir uma nova agenda pós-pandemia”.
Durante a sessão foi apresentado o projeto de inovação social “Comer bem, sorrir melhor” a implementar nas escolas do primeiro ciclo da Comunidade Intermunicipal de Viseu Dão Lafões, que visa gerir o risco de cáries e equilibrar a alimentação diária das crianças dos 6 aos 10 anos da região.
21 Março, 2022
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