Estética Histérica

Crónica da médica dentista Cátia íris Gonçalves:
Tento que este espaço não seja demasiado personalizado, mas torna-se difícil escrever-vos sobre assuntos que não me tocam nos fios das emoções, desde aquele da irritação, que é de nylon, até à corda de teflon que é o orgulho na condição de se ser humano – com toda a inerência das suas imperfeições assumidas, trabalhadas ou por trabalhar.
Como alguns de vocês saberão, sou uma acérrima defensora da liberdade individual, a qual necessita, obrigatoriamente, de espaço privado, o qual, no meu caso, não quero imposto aos demais, mas antes implicitamente respeitado.
Ora o problema é que, nos dias de hoje, onde tudo é esmiuçado de forma complexa, onde os pontos de vista são escrutinados à luz de exemplos de má fé, más práticas, más intenções e sentidos menos óbvios, insidiosos, que se vão instalando no nosso circuito mental, orientado por fenómenos políticos, sociológicos, históricos e experiências pessoais, com as quais construímos as nossas crenças e sedimentamos os valores que a nossa razão e coração vão definindo, num casamento muitas vezes tumultuoso, ocorrem situações tão únicas que não há forma de as analisarmos sob espada nenhuma de justiça, equidade, lógica ou regra inflexível.
O mundo está a mudar e as relações humanas também – e isto daria tema suficiente para um livro inteiro, mas vou tentar afunilar a coisa à situação sobre a qual vos quero falar – pedindo, desde já desculpa pela introversão egoísta que poderá parecer esta incursão mental na qual me vou engolfar hoje.
Um destes dias fui severamente criticada, na minha página pessoal de uma rede social, por “ter os dentes tortos” e “ser uma vergonha apresentar-me assim aos meus pacientes”.
Leia a crónica completa na DentalPro 134.
26 Abril, 2019
Opinião