“A situação da medicina dentária no actual panorama da COVID”
O texto é do médico dentista António José de Sousa, a propósito da situação da medicina dentária no atual panorama da Covid-19.
“Estamos parados pelo perigo de contágio à população e fomos nós que iniciámos o movimento de encerrar clínicas antes da OMD ou o governo o determinarem por uma questão de saúde pública.
As clínicas sempre asseguraram a segurança dos seus doentes, mas no quadro actual existem mudanças.
Esse perigo advém dos aerossóis gerados que se mantém no ar e nas superfícies levando ao risco de contágio.
Voluntariámo-nos para serviços de apoio à COVID e até agora não fomos chamados. (Linha 24 entre outros).
Demos muito material de proteção das clínicas para o SNS e serviços de apoio após pedidos feitos nas redes sociais.
Não temos EPI (equipamento de proteção individual) prometido pela OMD (Ordem dos Médicos Dentistas) após a reunião com l governo que nos encerrou e sem o qual não podemos assegurar segurança para os doentes e para nós; este EPI não se resume a máscaras; envolve fatos, óculos, viseiras, toucas, cobre-pés, que não estão disponíveis no mercado.
Os médicos dentistas querem continuar a prestar apoio à população.
O sector envolve mais de 30.000 profissionais:
Médicos dentistas
Assistentes
Administrativos
Técnicos prótese
Higienistas
Casas de material
Técnicos de equipamentos
Estafetas
Que estão parados.
Tirando cerca 100 de consultórios em Centros de Saúde ou serviços hospitalares, mais as 7 faculdades, toda a saúde oral é assegurada pela iniciativa privada; cerca de 5.000 clínicas estão paradas em que o seu funcionamento é assegurado com capitais próprios que se vão esgotar rapidamente colocando em causa o emprego de milhares de pessoas que dependem desta actividade.
Todos somos poucos para fazer passar a mensagem. Copiem-na, partilhem nos vosso murais. Somos 13.000 Médicos dentistas, há-de chegar a alguém”.
30 Março, 2020
Opinião