“Medicina dentária normal é mediocridade”

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Carlo Zappalà congrega áreas, aparentemente discrepantes, com o único intuito de devolver estética aos seus pacientes. Comprometido com a excelência, o especialista italiano assume que a sua inspiração advém do mundo da arte, em particular das telas do “mestre Michelangelo Merisi da Caravaggio”.

 

DentalPro: O seu trabalho em prol da harmonização e integração de áreas como a estética dentária, a medicina estética, a cosmética e a cirurgia cosmética é alvo de reconhecimento pelos seus colegas…

Carlo Zappalà: A minha formação médico cirúrgica obriga-me a realizar uma abordagem mais completa. Quando iniciei a minha carreira, há 25 anos, compreendi que um bom trabalho não se faz só com dentes. Há que desenvolver uma visão total, unindo o rosto ao próprio corpo. O meu objectivo passa por reunir todas as especialidades, como a cosmética, a medicina estética, dermatologia, cirurgia plástica e medicina dentária, com o único fim de oferecer o melhor tratamento possível.

 

DP: Quando observa um paciente, o que é mais importante? A estética ou a função?

CZ: Não se pode diferenciar a estética da função, porque elas agem em consonância. A estética é tudo. Sem harmonia e integração nada funciona, deve convocar-se o maior número de especialidades possível, que permitam resultados de excepção.

 

DP: Como define o novo paradigma estético?

CZ: Não há definição. Estética é estética. Hoje em dia, nós queremos explicar a estética em função da beleza, mas a beleza assume-se, fundamentalmente, como uma tendência, influenciada pelas condições económicas, sociais e culturais. A indústria da moda determina o que é, ou não, beleza. No entanto, a estética está muito para além da volatilidade da moda e joga, no essencial, no plano da percepção. Nomes como Giorgio Armani inspiram-me, já que considero indispensável deixarmo-nos refrescar com influências de outros universos. Para mim, Michelangelo Merisi da Caravaggio é o maior mestre de sempre.

 

DP: Na sua opinião, como é o sorriso perfeito?

CZ: O sorriso perfeito conduz a uma confiança reforçada. Revela-se um meio para que cada um de nós conviva bem consigo, viva sem medos e sem condicionantes psicológicos.

 

DP: Na prática dentária, qual o limite entre o quotidiano e o excepcional?

CZ: O médico dentista só deve trabalhar em função de um objectivo, a excelência. Os médicos são profissionais cuja função primordial é tratar o paciente e devolver-lhe o bem-estar físico e mental. Não vendemos casacos ou ‘t-shirts’, mas cuidamos de pessoas que exigem os melhores resultados. Para os nossos pacientes, o mais importante é uma actuação soberana. Enquanto profissionais, torna-se crucial colocarem-nos à prova, de modo a aprender cada vez mais, evoluir e ser o melhor. Medicina dentária normal é mediocridade.

 

DP: Quais os limites da intervenção estética?

CZ: A dignidade, o bom gosto, a elegância e sobretudo a ética. Há um limite que não pode ser ultrapassado, de modo a manter a dignidade e a razão de existir da profissão e a essência da própria estética.

 

BIO: Carlo Zappalà nasce a 30 de Setembro de 1959 na Sicília, em Itália. Formado em Medicina e Cirurgia, com pós-graduação em Medicina Dentária, na Universidade de Pavia, perfaz também estudos pós-graduados de Medicina Estética na Fondazione Internazionale Fatebenefratelli em Roma. Inovou ao assumir-se como o primeiro em Itália a optar pela harmonização de ciências como a medicina dentária, medicina estética, cosmética e cirurgia cosmética, tendo assinado a co-autoria da obra A Arte do Sorriso. Actualmente lecciona Prostodontia Fixa na Universitá dell’ Insubria, em Varese, assume-se como professor de Medicina Dentária Estética na Fondazione Internazionale Fatebenefratelli e mantém a sua clínica privada em Bergamo, Itália.

 

 

 

 

 

21 Outubro, 2009
Entrevistas

 
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